6.04.2016

Mapa de histórias

  • Unidade(s) de competência: C
  • Descrição da atividade: redação de um texto narrativo a partir de um mapa de histórias. As palavras destacadas foram retiradas do referido mapa.

O baú
      Lembro-me com muitas saudades da casa onde passei a minha infância. Uma casa grande que albergava a minha extensa família. Na cozinha, havia um grande fogão a lenha do qual só a minha avó se ocupava, não deixando nunca o fogo se extinguir. No último andar da casa, existia um sótão empoeirado, onde estavam guardados objetos velhos e enterradas muitas recordações. De todos os objetos abandonados no sótão, havia um que me fascinava especialmente, como se um poderoso feiticeiro me tivesse lançado um encantamento: um antigo baú. Nele, estavam escondidas roupas de tempos passados que cheiravam a mofo e a aventura.
   Sempre que podia, eu subia ao sótão e, usando a imaginação, divertia-me brincando com os pertences do velho baú. Muitas vezes, eu viajava no tempo, vestindo aquelas roupas bafientas e enrugadas. Para mim, o velho baú era uma caixa mágica repleta de sonhos e de fantasias.
     Todos os anos, por ocasião do Carnaval, eu vestia-me com diferentes disfarces; ora de colombiana, ora de índia, ora de pirata. Todas as peças e adornos dos meus disfarces vinham do velho baú. Quanto mais o remexia, mais via nascer, na minha mente de menina, histórias maravilhosas, heróis e heroínas, cavaleiros e donzelas…
      Os meus primos Geraldo e Maria eram visitas frequentes na minha casa. Geraldo, magro e alto, era o mais velho de todas as crianças da casa. Por sua vez, Maria, muito negra de pele, tinha uns olhos de um azul profundo. O azul celestial, lindo e hipnotizante, dos seus olhos resultara de uma doença que ela sofrera quando bebé como se fosse um presente de Deus pelo sofrimento que passara.
     Assim que nos encontrávamos, subíamos os três ao sótão e logo começávamos as nossas brincadeiras. O mundo, esse avançava, então, ao ritmo do ritmo das crianças, marcando horas e minutos de um tempo sem tempo. Lembro-me do cheiro a maresia e do ruído das ondas altas batendo contra os rochedos quando, seguindo um mapa, procurávamos um tesouro perdido numa ilha de piratas. A emoção da busca, o medo dos piratas, guardiões ferozes do tesouro, tudo isto era para nós real, mesmo que protegidos num velho sótão empoeirado.
  O passado fica-nos gravado nas nossas vidas, as brincadeiras, puras e inocentes, ainda mais. Brincar fazia-nos crescer. Recordar faz-nos viver.

Maria Aparecida Silva



Um baú, um sonho e uma música de jazz
    Gadget, um homem alto e muito inteligente, gostava de ter tudo em ordem em casa. Num dia de sol, a um sábado, ele decidiu fazer limpezas pela casa toda, ao som de um bom jazz.
Gadget (era este o nome pelo qual o chamavam no bairro) lembrou-se de ir ao sótão, um espaço da casa que estava deveras desarrumado, cheio de pó e teias de aranha. Chegando lá, ele decidiu arrumar o sótão por inteiro.
Porém, no momento em que estava a limpar o pó, ele encontrou um baú, pequeno, castanho e coberto com uma poeira cinzenta. Intrigado, começou a pensar que talvez encontraria ouro dentro do baú. Quando o abriu, encontrou, todavia,  apenas um mapa velho e rasgado.
Desapontado com a sua descoberta, acabou por adormecer. Começou a sonhar…
Estava agora numa ilha perdida. Nessa ilha deserta, desenterrava um enorme baú, cheio de moedas de ouro reluzente! Que sorte! Estava rico!
O saxofone tocou uma nota mais alta. Gadget acordou ao som ritmado de uma música de jazz. Tudo fora um sonho.
Paulo Pinto

O túnel do Tempo
Era uma vez um rapaz chamado Pedro que gostava muito de cozinhar.
O Pedro era uma pessoa de constituição magra e muito alto. O seu sonho era ser chefe de cozinha. Para aperfeiçoar a sua técnica, o Pedro usava a cozinha da mãe para as suas experiências. Para confecionar os seus pratos, ele usava um velho forno. No entanto, sempre que lá colocava os ingredientes, estes desapareciam misteriosamente.
Estando farto desta situação, resolveu fazer um bolo. Mudando dos ingredientes salgados para os doces, talvez os alimentos não sumissem como de costume!
O Pedro ficou muito espantado ao ver com os seus próprios olhos que o bolo tinha desaparecido. Acontecera tudo de novo!
Concluiu, então, que o velho forno da cozinha da mãe era um túnel do tempo, colorido e muito bonito. Admirado com a situação, o Pedro decidiu fazer uma experiência. Aventurando-se, meteu-se ele próprio dentro do forno, não sabendo aonde iria parar.
O Pedro descobriu que todos os alimentos que cozinhava no forno parar na época da pré-história. Este, ao chegar lá, entendeu que os pré-históricos estavam à espera da comida dele. Assim, o Pedro concluiu que a velha cozinha da mãe não era o motivo para ele desistir do sonho de ser chefe.  

Dulcelino Tavares      

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